Seria o trio 5G, IA e Edge Computing a combinação perfeita?

Nos últimos dois meses trouxe nessa newsletter, além de umas boas pitadas de reflexão de final de ano, alguns temas tecnológicos individualmente, mas que podem ter uma forte relação se combinados.

Ao explorarmos com muita discussão a adoção do 5G, chegamos a duas conclusões: 1 – a tecnologia endereça realmente as necessidades que se espera em termos de conectividade e 2 – só irá escalar no mundo corporativo – além do incremento de velocidade se fomentarmos casos de uso.

Essa necessidade de casos de uso vem sendo em parte sanada por tudo que a Inteligência Artificial vem mostrando e prometendo ser capaz. Some-se a isso o apoio da arquitetura de Edge Computing, provendo processamento o mais próximo possível dos use cases e me parece a tempestade perfeita melhor, a combinação perfeita.

Bora entender um pouco mais sobre como esse trio funciona juntos?

Como o mercado reage a essas tecnologias?

Fui buscar nos meus posts recentes algumas frases para contextualizar esse conjunto de tecnologias:

Gartner: 75% de todas a informação será gerada no edge (borda) até 2025.
Ericsson: 71% de todo o tráfego da internet foi de vídeos em 2022, chegando a 80% em 2028.
American Tower: sites celulares terão um crescimento de 2,2x na América Latina até 2030, chegando a 560 mil sites.
IDC: Plataformas de IA devem crescer 38% na América Latina em 2024
McKinsey: novos modelos de negócios gerarão US$ 3 trilhões até 2030, com a Tecnologia assumindo um papel central nesse crescimento.
Statista: 120 zettabytes de informação foram gerados em 2023. 300 milhões de terabytes por dia.
Goldman Sachs: aumento de 7% no PIB global devido à IA generativa.
Gartner: 2026, GenIA estará em uso em mais de 80% das empresas contra menos de 5% que tínhamos no início de 2023.

Olhando para os dados e previsões acima, confirmamos a importância desse trio – 5G, IA e Edge Computing como grande impulsionador de negócios.

1 – IA

No artigo A Inteligência Artificial Generativa é o assunto do momento?, falei um pouco sobre como aplicações baseadas nesse modelo podem criar conteúdos de maneira autônoma, se baseando no treinamento (informações) que receberam.

Conteúdos podem ser códigos para criar uma aplicação, imagens, vídeos, textos, diálogos, traduções para outros idiomas e até músicas. Mas outro lado da Inteligência Artificial pode ser usado para interpretar dados, sejam eles imagens ou sons, por exemplo.

2 – 5G

Para conectar os diversos sensores à rede, sempre tivemos limitações de conexão sem fio e essas informações fluíam por redes cabeadas. Com a evolução dessas redes, passamos a ter uma variedade de redes wireless, com destaque para o Wi-Fi e o 5G.

Com o 5G, temos algumas melhorias, como latência perto de zero, alta densidade de equipamentos conectados (1 milhão de dispositivos por km²) e a conhecida grande velocidade no tráfego de dados. Além dessas características, a arquitetura de redes privadas facilita a implantação de redes próprias para viabilizar o tráfego de informações.

5G – Características e Áreas de uso – Fonte: Volansys

Sobre latência, escrevi o artigo: O que a latência da internet tem a ver com o trânsito das nossas ruas e estradas?

3 – Edge Computing

Com altos volumes de informação sendo gerados próximos das bordas das redes – 75% do total e 71% do tráfego sendo em vídeo, vimos que temos muito tráfego sendo gerado na borda e em vídeo. Com a possibilidade de analisar esse tráfego e gerar insights para o negócio com IA, também temos o 5G para trafegar essas informações em alta velocidade.

Levar essas informações até um datacenter pode produzir dois efeitos negativos: congestionar a rede com altos volumes de dados e incrementar tempo na análise dos dados e extração dos dados.

A solução passa por ter esse datacenter o mais próximo possível das fontes geradoras de dados, sensores e também dos atuadores que funcionarão baseados nessas informações. Isso é o que podemos chamar de edge computing ou computação de borda.

Leia um pouco mais sobre esse tema em: Você já ouviu falar em Edge Computing?

Conhecendo um pouco mais desta tríade tecnológica, você acredita que esta solução deve impulsionar diversos casos de uso?

Sou Mauro Periquito, Engenheiro de Telecomunicações e Diretor Especialista de Prática na Kyndryl, onde desenvolvo e gerencio projetos de transformação digital para indústria, utilities, mineração, agronegócio e operadoras de telecomunicações. Em minha trajetória profissional tenho como propósito traduzir as necessidades dos clientes em soluções customizadas.

Também atuo em outras frentes como mentor, palestrante, conselheiro consultivo e escrevo diariamente no LinkedIn sobre gestão de pessoas, carreira, inovação e tecnologia, com a missão de trazer uma visão descomplicada sobre a tecnologia. Fui eleito no final de 2022 como LinkedIn Top Voice de Tecnologia & Inovação.

Durante minha carreira trabalhei em multinacionais no Brasil, países da América Latina, Espanha, Porto Rico, Emirados Árabes Unidos e Qatar. Em meu tempo livre, sou um grande entusiasta do ciclismo em seus diversos modos, incluindo o cicloturismo.