Qual o tamanho do mercado de IoT?

Será que o mercado de IoT conseguiu chegar no tamanho que se projetava para ele 10 anos atrás?

Se rebobinarmos a fita – totalmente retrô esse termo – e olharmos para 2013, o assunto do momento era o 4G. As vésperas da Copa das Confederações e um ano antes da Copa, corria-se contra o tempo para a ativação de um 4G em 2,5 GHz – frequência essa adotada apenas em parte do mundo.

Olhando para o mercado, a expectativa por uma conexão de altas taxas de transmissão era grande. O Gartner, por exemplo, estimava 10 anos atrás que o mercado de IoT teria em 2020 26 bilhões de unidades conectadas e uma receita de 300 bi de dólares. Será que chegamos lá?

A realidade em 2023

A pandemia, guerra na ucrânia, os problemas nas cadeias produtivas e a tendência de recessão atravessada pelas economias dos países, causaram um importante atraso no crescimento desse mercado e as previsões não se confirmaram. Segundo o site IoT Analytics, fechamos 2022 com o mercado de IoT entregando uma receita de 201 bi de dólares e mais de 14 bilhões de equipamentos conectados. Números bastante tímidos se comparados as previsões de uma década atrás.

Tamanho do mercado de IoT – Fonte: IoT Analytics

Quantidade de devices IoT conectados – Fonte: IoT Analytics

E no Brasil, como está o mercado de IoT?

O mercado de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação) no Brasil está projetado para chegar a 80 bi de dólares em 2023, segundo o estudo IDC Predictions Brazil 2023.

Já o mercado de IoT, apesar de representar uma pequena fatia desse mercado, projeta um tamanho de 1,6 bi para 2023.

Quais são as tendências que podem impulsionar o crescimento desse mercado?

  • Wireless First: Priorização de tecnologias sem fio (principalmente 5G e Wi-Fi 6) nas novas implementações de redes.
  • Massificação das redes privativas: Compartilhamento do protagonismo na expansão de redes móveis entre as operadoras e o setor produtivo.
  • Receitas de hardware: representam 43,7% do mercado de TI. Hardwares habilitadores de receitas recorrentes ganham relevância no mercado.
  • IA e análise de dados: mais devices conectados significam mais dados gerados. Saber analisá-los pode fazer a diferença no índice de sucesso de uma solução.

Hot topics para ficar de olho em IoT

  • Produtização (ou não) de soluções que possam atender o mercado com maior penetração. Sem soluções padrão com um mínimo grau de customização, atender os pequenos e médios do setor produtivo pode bastante desafiador.
  • Protagonismo no ecossistema: assim como em diversos segmentos de tecnologia, em IoT não existe uma só empresa que venderá a solução. Operadoras, startups, butiques de P&D de Hardware / Software, integradores, empreiteiras, big techs e fabricantes: todos fazem parte desse meio.
  • Desenvolvimento nacional: uma das dificuldades que as startups vem enfrentando é como conectar os dados do campo com as ferramentas de análise de dados e tomada de decisão. Com a crise asiática, devem despontar cada vez mais soluções nacionais com suporte local para facilitar essa conectividade, independente do tipo de rede escolhido.
  • Saúde / Manufatura / Agro / Logística: Esses me parecem ser os 4 segmentos que vão puxar o crescimento do setor. Dispositivos wearables, Indústria 4.0, cadeia logística monitorada fim a fim e uso de dados para crescer a produção agro sem aumentar a área utilizada são tópicos bastante quentes nesses mercados.

E você, está pronto para crescer com o mercado de Internet das coisas?

Sou Mauro Periquito, Engenheiro de Telecomunicações e Diretor Especialista de Prática na Kyndryl, onde desenvolvo e gerencio projetos de transformação digital para indústria, utilities, mineração, agronegócio e operadoras de telecomunicações. Em minha trajetória profissional tenho como propósito traduzir as necessidades dos clientes em soluções customizadas. 

Também atuo em outras frentes como mentor, palestrante, conselheiro consultivo e escrevo diariamente no LinkedIn sobre gestão de pessoas, carreira, inovação e tecnologia, com a missão de trazer uma visão descomplicada sobre a tecnologia. Fui eleito no final de 2022 como LinkedIn Top Voice de Tecnologia & Inovação. 

Durante minha carreira trabalhei em multinacionais no Brasil, países da América Latina, Espanha, Porto Rico, Emirados Árabes Unidos e Qatar. Em meu tempo livre, sou um grande entusiasta do ciclismo em seus diversos modos, incluindo o cicloturismo.

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