Qual a relação entre a invenção do rádio e o Cristo Redentor?

Ano passado, em um dos meus primeiros artigos, resolvi contar a história de Padre Landell de Moura, um brasileiro que foi um dos inventores do rádio e pai da comunicação sem fio. Naquela época e em muitas outras oportunidades fui criticado por não falar de Guglielmo Marconi e Nikola Tesla.

Leia essa história no artigo Foi um padre brasileiro o inventor do rádio?

A esses dois personagens se credita globalmente a paternidade do rádio aumentando um pouco mais as controvérsias. Como comentei aqui, o meu tributo a Pe. Landell se deve ao seu pioneirismo em um Brasil muito longe da Europa e dos EUA 120 anos atrás inventando um equipamento de transmissão de informação sem fio.

Polêmicas a parte, vamos conhecer um pouco da história de mais esse gênio italiano e o que ele tem a ver com o nosso Cristo Redentor.

Quem foi Marconi?

Guglielmo Marconi nasceu em Bolonha na Itália. Era filho de um investidor italiano e de uma irlandesa da família Jameson – a mesma do whisky que conhecemos. Ainda jovem, aos 20 anos, transformou o celeiro da casa dos pais em um laboratório e começou a estudar os princípios da transmissão radiotelegráfica.

Marconi tem uma característica na sua carreira de inventor que eu gosto muito: mais do que inventar equipamentos, para criar o rádio ele buscou integrar inventos isolados de outras pessoas. Ele uniu soluções de Nikola Tesla (apesar de não admitir), Heinrich Hertz e Édouard Branly.

Um fato curioso é que em 1909, quando recebeu o Nobel de Física, Marconi chegou a admitir que não entendia como seu invento tinha funcionado. Ele recebeu o prêmio porque tinha seu invento radiotelegráfico tinha auxiliado pela primeira vez o salvamento de 1700 pessoas a bordo de um navio em perigo. Tanto é que três anos depois, foi o graças ao seu rádio que 740 pessoas foram salvas do famoso naufrágio do Titanic pelo RMS Carpathia naquele fatídico 14 de abril de 1912.

Voltando a sua história, quando o italiano Marconi viu que não havia interesse em seu país natal pelo seu invento, partiu com a mãe para Londres e lá, com o apoio de Sir William Preece, o engenheiro chefe do correio inglês evoluiu seu rádio e não parou até conseguir transmitir dados telegráficos aos rincões do mundo como a Nova Zelândia.

Seus rádios, construídos pela companhia que levava o seu nome, passaram a equipar todos os navios da época. Para operá-los contavam com os “Marconi Boys”, os primeiros operadores de rádio da história.

Marconi e seu rádio – Fonte: Radio Fidelity

Alguns marcos importantes:

• 1898 – Inaugurou com o Correio Inglês o primeiro serviço regular de radiocomunicações, desde a ilha de Wight a Bournemouth;

• 1899 – Primeira transmissão do Código Morse através do Canal da Mancha;

• 1901 – A letra S do Código Morse “…” foi transmitida até o Canadá pelo Atlântico Norte;

• 1930 – Direto do seu navio-casa Electra, ancorado no porto de Gênova na Itália, Marconi acionou a iluminação de uma feira em Sydney – Austrália;

Jornal da época de Sydney com a foto do Electra no porto de Gênova – Fonte: Sydney Mail

• 1931 – Foi em um 12 de outubro que Marconi junto com o Papa desde Roma, apertou um outro botão que iluminou o Cristo Redentor em sua inauguração do outro lado do oceano aqui no Rio de Janeiro;

Representação gráfica da iluminação do Cristo Redentor – Fonte: mundo oculto

Outro fato curioso sobre Marconi é que ele acreditava que os telégrafos sem fio criariam um mundo sem guerras. Na opinião do inventor os rádios dariam as pessoas uma melhor maneira de se comunicar e então reduzir a necessidade de conflitos. Se Marconi estivesse vivendo nos tempos atuais – a era da hiperconectividade veria que sua teoria não era verdadeira.

Conhecia a vida desse que é considerado o pai do Rádio?

Sou Mauro Periquito, Engenheiro de Telecomunicações e Associate Partner na Kyndryl, onde desenvolvo e gerencio projetos de transformação digital para indústria, utilities, mineração, agronegócio e operadoras de telecomunicações. Em minha trajetória profissional tenho como propósito traduzir as necessidades dos clientes em soluções customizadas. 

Também atuo em outras frentes como mentor, palestrante, conselheiro consultivo e escrevo diariamente no LinkedIn sobre gestão de pessoas, carreira, inovação e tecnologia, com a missão de trazer uma visão descomplicada sobre a tecnologia.

Durante minha carreira trabalhei em multinacionais no Brasil, países da América Latina, Espanha, Porto Rico, Emirados Árabes Unidos e Qatar. Em meu tempo livre, sou um grande entusiasta do ciclismo em seus diversos modos incluindo o cicloturismo.

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Bibliografia: