O que é resiliência para você?

Ontem, primeiro de maio, completou 30 anos que o maior ídolo que vi performar se foi. Eu, você e quase todo brasileiro se lembra tão bem daquele dia de 1994 que é capaz de dizer descrever o que fazia naquele dia de tão marcante que foi.

Avanço a fita e no ano passado um grande ídolo do ciclismo de montanha, Henrique Avancini anunciou a sua aposentadoria. Admiro-o muito não só pelo que vem fazendo por esse esporte, que segue desconhecido por uma boa parcela da população, mas que inspira ciclistas amadores como eu.

Chegando no tempo presente, ontem no feriado foi dia de pedal por aqui. Não foi um pedal qualquer, foram 8h30 desafiando 90km e 2500 metros de altimetria por trilhas dos arredores de São Paulo. Uma batalha mental e física para não desistir e completar o percurso que no final deu certo!

As minhas reflexões do pós-pedal, quando a alma retornou ao corpo, foram em torno do sucesso da empreitada e o nível de resiliência exigida. Mas a lição que ficou foi tentar entender o que é resiliência para mim.

Mais uma vez peço licença aos que acompanham essa newsletter devido à tecnologia para acompanhar esse meu download mental. Bora lá?

Resiliência é o famoso “mental forte”?

Pensando no conteúdo, me assustei ao ver que iria me comparar com dois dos meus ídolos, mas guardadas as devidas proporções – há um abismo entre nós e os atletas de alta performance.

Porém, vejo que temos a resiliência como característica em comum: quando o mundo nos apresenta desafios que podem difíceis ao ponto de parecerem intransponíveis, nos apresentamos e encaramos a situação.

Senna e Avancini tinham um grande plano de vida que pode ser definido como atingir o topo da carreira dentro das suas especialidades. Eu, humildemente, digo que as minhas ambições são completar jornadas ciclísticas como as de ontem.

Ao longo da jornada a ser vencida eu penso que a resiliência deles e minha se manifesta da mesma maneira: naquele diálogo interno buscando forças para cumprir o objetivo.

Ontem, senti isso por horas a finco: em 8h30 de pedal você quebra e renasce várias vezes. O caminho mais fácil se apresenta o tempo todo à sua frente: parar, ligar e pedir ajuda para que o resgate me busque.

Mas além desse desejo de atingir o resultado e a luta interna para sucumbir, eu ontem refleti que resiliência sozinha não leva ninguém ao resultado esperado. E é isso que eu gostaria de compartilhar com vocês aqui.

Resiliência em fazer ou se preparar?

Até aqui falamos muito da resiliência em fazer, ou atingir os resultados. Mas a lição que ficou para mim da reflexão é que a resiliência em se preparar é tão importante quanto em fazer.

Seja você quem for, seja for a posição social que você tenha na vida, a mais alta ou a mais baixa, tenha sempre como meta muita força, muita determinação e sempre faça tudo com muito amor e com muita fé em Deus, que um dia você chega lá. De alguma maneira você chega lá. (Ayrton Senna)

Com o poder de tua mente, tua determinação, teu instinto e experiência pode voar muito alto. (Ayrton Senna)

A imagem de Senna que mais traduz resiliência: exausto no pódio de Interlagos em 1991 – Fonte: essentially sports

Individualmente, já tive situações semelhantes na vida. Alguns momentos nos colocam em uma posição crítica. Toda vez que enfrentamos uma crise, acabamos em uma encruzilhada. Existem dois caminhos a seguir. Deixar as circunstâncias destruírem tudo o que você construiu até esse ponto, ou lutar contra ela e usar os momentos desafiadores para se desenvolver e evoluir. (Henrique Avancini)

Avancini, se consagrando campeão mundial de Cross Country Marathon em 2023 – Fonte: olimpiadatododia

 

As frases desses dois grandes brasileiros apontam na direção que pensei ontem. A resiliência em se preparar para mim é não apertar o soneca do despertador que toca 5 da manhã, escolher dormir cedo ao invés de assistir a um filme, treinar, treinar e treinar.

Um pouco da aventura de ontem – Fonte: arquivo pessoal

 

O caminho mais fácil se apresenta a nossa frente o tempo todo: desistir e dizer que não fez, com diversas justificativas. Eu escolho todos os dias não seguir esse caminho e seguir colocando um tijolo de cada vez na minha construção.

Agora esqueça o esporte, pois para mim e a maioria de vocês ele é apenas um lazer, válvula de escape, pois não vivemos dele. Quantos objetivos no dia a dia podemos alcançar não desistindo e avançando com determinação, treino e constância?

Sou Mauro Periquito, Engenheiro de Telecomunicações e Diretor Especialista de Prática na Kyndryl, onde desenvolvo e gerencio projetos de transformação digital para indústria, utilities, mineração, agronegócio e operadoras de telecomunicações. Em minha trajetória profissional tenho como propósito traduzir as necessidades dos clientes em soluções customizadas.

Também atuo em outras frentes como mentor, palestrante, conselheiro consultivo e escrevo diariamente no LinkedIn sobre gestão de pessoas, carreira, inovação e tecnologia, com a missão de trazer uma visão descomplicada sobre a tecnologia. Fui eleito no final de 2022 como LinkedIn Top Voice de Tecnologia & Inovação.

Durante minha carreira trabalhei em multinacionais no Brasil, países da América Latina, Espanha, Porto Rico, Emirados Árabes Unidos e Qatar. Em meu tempo livre, sou um grande entusiasta do ciclismo em seus diversos modos, incluindo o cicloturismo.

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