Ao falar em dados, o maior clichê que ouvimos é que eles são o novo petróleo: uma matéria-prima bruta que requer refino. Essa afirmação tem tudo a ver com o tema central desse artigo. Mas você sabe qual o volume de dados que existe por aí?
Ao final de 2024, o volume de dados disponível globalmente deve chegar próximo de 150 zettabytes! Você já ouviu falar nessa medida? Para termos uma noção do impacto, 1 Zettabyte corresponde a 1 trilhão de gigabytes. O volume é tanto que, enquanto você lê esse artigo, uns 5 milhões de gigabytes estão sendo gerados à nossa volta.
Mas o que adianta esse volume todo de dados gerados a cada instante se eles são mudos? Pense desses zettabytes de dados como uma biblioteca gigantesca onde milhões de livros estão disponíveis, porém fechados. As perguntas certas são as chaves para abrirmos esses livros, concorda?
Bora entender como usar essa biblioteca da melhor maneira possível?
O Silêncio Eloquente dos Dados
Esta metáfora instigante e poderosa nos revela um potencial inexplorado dentro deste enorme conjunto de dados que temos disponível. Como falamos acima, com os dados sendo “mudos”, fazê-los falar depende diretamente da capacidade humana de interpretá-los. Podemos caracterizar dados como histórias não contadas esperando alguém que possa traduzi-las.
Este potencial oculto esconde riquezas que estão além dos dados brutos. Ao provocar respostas, as perguntas podem revelar múltiplas camadas de interpretação. Eu vejo isso como uma criança que pergunta várias vezes: “Por quê?” Cada questionamento destrava um nível de compreensão diferente.
A Poderosa Pergunta Certa
Fim de ano chegando e nas áreas comerciais das organizações a pressão por vendas está crescendo a cada dia. Analisar os dados de performance é essencial para corrigir a rota e buscar mais assertivamente o resultado esperado.
Pense em uma massa de dados sobre vendas e perceba a diferença entre essas duas perguntas:
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“Quantas vendas foram feitas no último quartil?”
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“Quais foram os fatores que influenciaram a nossa taxa de conversão no último quartil?”
Veja que, apesar de estarmos buscando o mesmo resultado, em uma pergunta apenas quantificamos o resultado e, na outra, buscamos informações que possam nos ajudar a aumentar as vendas. Não é difícil perceber qual resposta irá nos ajudar a planejar como chegar no resultado esperado.
Porém, boas perguntas devem ter clareza, especificidade e estarem principalmente alinhados com os objetivos organizacionais. Por outro lado, é importante evitarmos o já famoso viés cognitivo, perguntas que sejam muito amplas ou tendenciosas. Ao direcionar uma análise, você deve esperar que a resposta venha nesse mesmo sentido.
Como a IA pode nos ajudar nas perguntas?
Se já é natural pensarmos que a Inteligência Artificial irá nos ajudar a analisar os dados e prover a resposta para as perguntas, por que não usar essa tecnologia tão poderosa em outro tipo de abordagem: um Conselheiro de Perguntas?
Ao descrever o cenário para um assistente virtual, ele pode, por meio de processamento de linguagem natural, nos ajudar a refinar questões e sugerir hipóteses. Nessa vasta biblioteca com milhões de livros (dados) que caracterizamos acima, eu vejo os assistentes virtuais como verdadeiros bibliotecários que nos ajudarão a chegar até a prateleira, livro e página certas.
Algoritmos de Machine Learning também podem nos ajudar a encontrar padrões ocultos e correlações não esperadas. Como este tópico merece pelo menos um texto dedicado, irei me limitar a colocar aqui alguns exemplos que ilustram essa abordagem:
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Clima em relação às vendas de picolés e sorvetes.
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Venda de café variando durante as horas do dia
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Consumo de chocolates relacionado à quantidade de prêmios Nobel
Portanto, a minha reflexão / provocação final nos convida a sermos mais interrogadores do que observadores. A biblioteca, os livros, o bibliotecário e a chave estão bem à nossa frente. Precisamos usá-los da melhor maneira possível.
Ao questionarmos, precisamos lembrar que existem esses padrões ocultos e correlações inesperadas. Ultrapassar os limites do óbvio pode nos levar a caminhos que jamais imaginamos.
A palavra-chave para concluir esse artigo é: TRANSFORMAR. A massa de dados está à nossa frente e cresce a cada instante. Combiná-la com as perguntas certas nos levará aos diálogos de sucesso!
Compartilhe nos comentários suas experiências e desafios. Vamos trocar conhecimento! 📊🦜
Sou Mauro Periquito, Engenheiro de Telecomunicações e Diretor Especialista de Prática na Kyndryl, onde desenvolvo e gerencio projetos de transformação digital para indústria, utilities, mineração, agronegócio e operadoras de telecomunicações. Em minha trajetória profissional tenho como propósito traduzir as necessidades dos clientes em soluções customizadas.
Também atuo em outras frentes como mentor, palestrante, conselheiro consultivo e escrevo diariamente no LinkedIn sobre gestão de pessoas, carreira, inovação e tecnologia, com a missão de trazer uma visão descomplicada sobre a tecnologia. Fui eleito no final de 2022 como LinkedIn Top Voice de Tecnologia & Inovação.
Durante minha carreira trabalhei em multinacionais no Brasil, países da América Latina, Espanha, Porto Rico, Emirados Árabes Unidos e Qatar. Em meu tempo livre, sou um grande entusiasta do ciclismo em seus diversos modos, incluindo o cicloturismo.
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