O artigo de hoje corrige um ato falho nessa jornada de conhecimento sobre Datacenters que eu estou desenvolvendo ao longo dos últimos artigos. Quando no primeiro artigo eu falei sobre Datacenters pela primeira vez e contextualizei o porquê deles serem a parte física no mundo digital, acabei pulando uma etapa.
Ao falar de Edge Computing e IOT, pulei alguns capítulos. Ao contextualizar um Datacenter, tenho certeza de que todos aqui que conhecem de tecnologia podem imaginar com precisão o esquema físico dessa instalação tecnológica.
Mas, como o lema dessa newsletter é trazer uma visão descomplicada da tecnologia, volto aqui ainda em tempo para desmistificar esse conjunto de infraestrutura física, tão importante para a transformação digital.
Se podemos dizer que o corpo humano é a infraestrutura que suporta a nossa inteligência, por que não dizer que, guardadas as devidas proporções, os Datacenters são o mesmo ao suportar a inteligência artificial?
Infraestrutura Básica (O Esqueleto)
Assim como o esqueleto é o alicerce de uma pessoa, a infraestrutura básica de um Datacenter também tem essa representatividade. Este prédio de construção especializada contém elementos como piso elevado, racks e contenção física em corredores. Além disso, precisa estar estrategicamente localizado e protegido por uma eficiente segurança física.
Sistema Elétrico (O Sistema Circulatório)
O sistema circulatório pode ser comparado ao elétrico porque ele também leva nutrientes por todo o corpo. Em um Datacenter precisamos estar atentos à redundância de alimentação e garantir que falhas não interrompam o fornecimento de energia com No-Breaks (UPS) e Geradores. A organização do sistema também é importante com PDUs e Monitoramento Energético – tema muito sensível em questões de sustentabilidade.
Refrigeração (O Sistema Respiratório)
Um organismo precisa de oxigênio para o seu funcionamento. Já um Datacenter precisa de um sistema de refrigeração para proporcionar a temperatura e umidade ideais para que as máquinas do Datacenter performem da melhor maneira possível. Então, aqui as preocupações incluem corredores quentes e frios, uso efetivo da energia, sistemas de climatização e controle de umidade.
Conectividade (O Sistema Nervoso)
Informações fluem pelo nosso corpo para a tomada de decisões e ações, assim como em um Datacenter e toda sua estratégia de conectividade. Começando pelo cabeamento estruturado, passamos pela rede local, o Backbone de rede, sempre considerando redundância de links e muitas vezes operadores de rede neutra.
Operação 24×7 (O Funcionamento)
Todo esse complexo sistema de partes funcionais se une em uma operação conjunta que funciona 24 x 7 x 365. Em um Datacenter para que ele esteja 100% operacional, é necessário que uma camada importante de monitoramento integrado envolvendo todas as partes deste conjunto anatômico de partes. Monitoramento contínuo, manutenção preventiva, gestão de SLAs e Incidentes são as rotinas em um ambiente de Operação.
Pessoas (O Cérebro)
Por último, porém não menos importante, temos o cérebro que comanda todo esse organismo. Em um paralelo bastante óbvio, ele é materializado em pessoas que compõem equipes especializadas em diversas tecnologias, que trabalham em turnos e recebem treinamento contínuo e se certificam. Importante ressaltar que, para mitigar falhas humanas, procedimentos e processos devem ser sempre seguidos.
Um Datacenter é muito mais que um simples espaço para armazenar equipamentos e processar informações digitais – ele se assemelha a um organismo vivo e complexo onde cada sistema precisa funcionar em perfeita harmonia. Da energia à refrigeração, da conectividade à segurança, cada parte dessa complexa autonomia desempenha uma função crítica para garantir que dados estejam sempre disponíveis e seguros.
Entender essa “anatomia” está longe de ser exercício técnico. É, na verdade, uma necessidade fundamental para quem quer entender os alicerces do mundo digital.
Sou Mauro Periquito, Engenheiro de Telecomunicações e Diretor Especialista de Prática na Kyndryl, onde desenvolvo e gerencio projetos de transformação digital para indústria, utilities, mineração, agronegócio e operadoras de telecomunicações. Em minha trajetória profissional, tenho como propósito traduzir as necessidades dos clientes em soluções customizadas.
Também atuo em outras frentes como mentor, palestrante, conselheiro consultivo e escrevo diariamente no LinkedIn sobre gestão de pessoas, carreira, inovação e tecnologia, com a missão de trazer uma visão descomplicada sobre a tecnologia. Fui eleito no final de 2022 como LinkedIn Top Voice de Tecnologia & Inovação.
Durante minha carreira, trabalhei em multinacionais no Brasil, países da América Latina, Espanha, Porto Rico, Emirados Árabes Unidos e Qatar. Em meu tempo livre, sou um grande entusiasta do ciclismo em seus diversos modos, incluindo o cicloturismo.
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