A Inteligência Artificial Generativa é o assunto do momento?

Arrancamos com 2024! Mais um ano iniciado com muitas promessas pessoais e tendências para os segmentos do mercado. Por aqui, fui econômico nas metas: poucas e exequíveis, porém com uma pitada de desafio.

Mas falando das tendências do mercado, uma das buzzwords que tem gerado mais barulho no mercado é a IA Generativa ou GenAI. Toda a discussão em torno do potencial dessa tecnologia trouxe à tona alguns números que chamam bastante a atenção:

  • Segundo estudo da Consultoria McKinsey, até 2030 3 trilhões de dólares em novos negócios serão gerados;

  • Já a Goldman Sachs, prevê um aumento de 7% no PIB global devido à IA generativa.

  • O Gartner estima que em 2026, GenIA estará em uso em mais de 80% das empresas contra menos de 5% que tínhamos no início de 2023.

Ainda vejo por aí muita gente achando que a IA irá tirar o seu emprego. Até escrevi um artigo sobre isso.

Mas independente de tudo o que vem sendo falado, é importante entendermos o que é Inteligência Artificial Generativa. Vamos lá?

O que é IA Generativa?

De maneira bastante simples, pense em aplicações que podem criar conteúdos de maneira autônoma se baseando no treinamento (informações) que receberam.

Conteúdos podem ser códigos para criar uma aplicação, imagens, vídeos, textos, diálogos, traduções para outros idiomas e até músicas – esse último eu achei o mais interessante de todos.

No site Jukebox do OpenAI, você pode até criar a sua própria música. Olhe alguns exemplos que ele coloca:

Músicas no Jukebox – Fonte: OpenAI

Eu imagino que alguns de vocês devam estar pensando: “É o fim das músicas como conhecemos”? Certamente não, uma mudança na maneira como as músicas estão sendo criadas certamente está em curso.

Eu tenho ouvido muitas pessoas que defendem o uso de IA falarem do fim da síndrome da página em branco, um nome bonito para a falta de criatividade momentânea.

Seguindo nessa linha de raciocínio, conteúdos gerados por IA podem servir de inspiração para que pessoas criem algo de sua autoria. Me parece algo válido sempre e quando os limites de inspiração e cópia continuarem existindo.

Outro ponto que gosto bastante é agilizar rotinas de trabalho. Imagine um modelo que faça o resumo de muitos documentos, que te apoie em pesquisas de informação ou gere relatórios, ou projeções de algo que a pessoa que está analisando os dados leve horas para criar. Nesse sentido, eu vejo o Copilot da Microsoft como uma solução integrada às ferramentas do Office (Word, Excel, PowerPoint, Teams e Outlook).

Então vejo a IA Generativa como um assistente para agilizar suas tarefas diárias e liberar mais tempo para que você foque no que é realmente importante ser feito.

Quais os limites para que a GenIA nos ajude?

Dois pontos têm me chamado a atenção nesse debate dos limites da IA Generativa. O primeiro deles é o uso indiscriminado dos engines para produção de conteúdo sem citar a fonte. Percebi por algumas vezes que interações nos meus posts ou de outras pessoas têm uma construção da estrutura do texto não natural.

Isso fica mais fácil de detectar quando você conhece a pessoa e seu estilo de escrita. Com os modelos disponíveis gratuitamente, ainda dá para fazer essa distinção entre o natural e o gerado por IA. Certamente, com um pouco de customização, uma IA pode ser treinada lendo todos os textos já produzidos por uma determinada pessoa e reproduzir exatamente seu estilo de escrita.

Outra questão que me preocupa e já está em discussão é quanto ao uso de conteúdos teoricamente sob regulamentação de propriedade intelectual para treinar modelos que respondam questões baseados em conhecimentos gerados por terceiros. É praticamente como vender o ovo da galinha do amigo.

Alguns portais de notícias já perceberam isso e estão na ofensiva contra os modelos de IA. A Apple está em um movimento contrário negociando com os portais de notícias. Alguns veem isso como risco compartilhado dos desdobramentos do uso dessas informações de maneira licenciada e outros defendem a remuneração.

Esses dois exemplos são uma pitada da discussão sobre limites éticos que devemos participar nos próximos anos.

Por fim recomendo a vocês o filme O canto do Cisne que está na Apple TV+. Este traz conteúdos sobre Realidade Aumentada, Inteligência Artificial, uma possível evolução para o famoso Apple Vision, óculos lançado pela Apple em 2023 e discute como pano de fundo os limites éticos da Inteligência Artificial.

E você, como está vendo a adoção de IA Generativa?

Sou Mauro Periquito, Engenheiro de Telecomunicações e Diretor Especialista de Prática na Kyndryl, onde desenvolvo e gerencio projetos de transformação digital para indústria, utilities, mineração, agronegócio e operadoras de telecomunicações. Em minha trajetória profissional tenho como propósito traduzir as necessidades dos clientes em soluções customizadas.

Também atuo em outras frentes como mentor, palestrante, conselheiro consultivo e escrevo diariamente no LinkedIn sobre gestão de pessoas, carreira, inovação e tecnologia, com a missão de trazer uma visão descomplicada sobre a tecnologia. Fui eleito no final de 2022 como LinkedIn Top Voice de Tecnologia & Inovação.

Durante minha carreira trabalhei em multinacionais no Brasil, países da América Latina, Espanha, Porto Rico, Emirados Árabes Unidos e Qatar. Em meu tempo livre, sou um grande entusiasta do ciclismo em seus diversos modos, incluindo o cicloturismo.

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Bibliografia