Se é Dezembro, é Natal e tempo de passar a régua. Sai ano, entra ano e nós seguimos os mesmos hábitos: dizer que o mês está insano, se reunir com os amigos naquela confraternização tradicional, fazer uma retrospectiva do ano e esperar que, após um passe de mágica – Ano Novo – venha janeiro e tudo se alivie automaticamente.
Não fugirei dos estigmas que nos perseguem e pretendo nesse final de ano pedir licença para a tecnologia e trazer aqui em forma de textos algo mais reflexivo.
Inspirado pela época, pensei em comparar a carreira profissional com uma árvore de natal. Pode parecer algo sem qualquer relação, mas me pareceu fazer sentido ao desenvolver o raciocínio.
Bora nessa jornada profissional natalina?
A Metáfora da Árvore
Essa comparação surgiu em uma sessão recente de mentoria. Conversava com a minha mentorada, que ainda em início de carreira precisava pensar em seus objetivos profissionais para então planejar sua estratégia de chegar até lá.
Foi aí que me surgiu a ideia da árvore de natal – desde a estrela, passando pelos galhos, enfeites e tronco até a sua base. Durante aquela sessão de mentoria, que acabou se alongando um pouco mais devido ao assunto, fomos desenvolvendo as analogias e conectando com exemplos práticos.
Sem ler o texto abaixo ainda, lanço aqui um desafio: pare um minuto e pense na sua carreira comparando com uma árvore de natal e suas partes. Consegue enxergar a comparação?
As Base, ou Raízes: Fundação Educacional
Um disclaimer aqui porque uma árvore de natal pode ser natural e ter raízes ou artificial e ter uma base para sustentá-la no chão. Independente da opção, a metáfora segue fazendo sentido.
A Base é o que sustenta a árvore e não a deixa cair mesmo que haja alguma instabilidade. Falando em base numa carreira, me faz sentido relacionar isso aos conhecimentos sólidos que adquirimos em nossa formação inicial. Um engenheiro ou um analista de sistemas sempre terá seus conhecimentos como base para qualquer desenvolvimento de carreira.
Outra forma de pensar na base é adicionar ao conhecimento técnico todos os valores e a ética profissional. Sem eles uma árvore pode não se sustentar bem e cair.
Conhecimentos base são aqueles que nutrem o tronco para o seu crescimento vigoroso rumo ao alto – ainda vamos chegar lá nesse artigo!
O Tronco: A Identidade Profissional
Se a base sustenta toda essa árvore de natal, o tronco é o elemento central de uma árvore. Com a sua solidez, podemos pensar em materializar algumas características pessoais importantes, como, por exemplo, a resiliência, estrutura e a força interior do profissional.
Pode vir uma ventania e depenar as folhas e colocar em ameaça a sobrevivência da árvore, mas a resistência do tronco é o que irá mantê-la de pé – a força interior e a consistência do propósito!
Os Galhos e Enfeites: Experiências e Habilidades
Pense nos galhos que vão crescendo à medida que a árvore se desenvolve, como as diferentes experiências profissionais e grandes projetos. Eu gostei dessa parte da comparação porque os galhos mais antigos ficam mais para baixo como apoio para a base e os mais novos perto do topo.
Sólidas experiências profissionais resultarão em galhos vistosos e densos em sua folhagem – o que chama a atenção de quem vê a árvore, quase um curriculum visual. Também é papel dos galhos trazer luz para que a árvore continue se desenvolvendo. A Luz é o conhecimento.
Quanto mais ramificados forem os galhos, significa que você explorou muitos caminhos de desenvolvimento profissional – o famoso aprendizado constante. Caminhos podem ser viabilizados por networking também, concorda?
Já os enfeites, que parecem não fazer sentido em uma árvore sem ser de natal, seriam os reconhecimentos e certificações obtidos ao longo da carreira. São informações que saltam aos olhos de quem vê sem fazer uma análise detalhada.
A Estrela no Topo: O Objetivo Final!
Na sessão de mentoria que construímos a árvore, foi a estrela que inspirou toda a nossa metáfora descrita nesse artigo. Convencionamos como sociedade que árvore de natal sem estrela parece estar faltando algo.
O mesmo podemos dizer de uma carreira profissional, que sem um propósito teremos a mesma impressão. Também discutimos que essa estrela pode mudar ao longo dos anos e preparar a árvore para carregar uma estrela mais pesada ao longo da carreira também é uma jornada de evolução.
O ponto central da conversa, que focava em pensar numa estratégia para o desenvolvimento de carreira da mentorada, era definir um objetivo. Para então definir estratégias que direcionem a profissional nessa direção. Mesmo que ao longo de sua carreira esse objetivo mude, é importante persegui-lo com foco!
Alguns Insights Finais…
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Árvores de Natal não são todas iguais, assim como as carreiras: cada um constrói e enfeita a sua do jeito que acha melhor.
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A Manutenção é necessária. Realinhar galhos de árvores artificiais ou podar as naturais pode dar uma noção de aprender, esquecer e reaprender.
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Enfeites ficam velhos com o tempo. Alguns resistem mais que outros. Busque sempre novos para manter sua árvore vistosa!
Aproveite o final de ano, época tradicional de fechamento de contas e reflexão, para pensar em sua árvore de natal.
Como você está construindo, nutrindo e mantendo ela?
E a sua estrela, está lá no alto, brilhosa e atrativa ou apagada e meio caída?
Sou Mauro Periquito, Engenheiro de Telecomunicações e Diretor Especialista de Prática na Kyndryl, onde desenvolvo e gerencio projetos de transformação digital para indústria, utilities, mineração, agronegócio e operadoras de telecomunicações. Em minha trajetória profissional tenho como propósito traduzir as necessidades dos clientes em soluções customizadas.
Também atuo em outras frentes como mentor, palestrante, conselheiro consultivo e escrevo diariamente no LinkedIn sobre gestão de pessoas, carreira, inovação e tecnologia, com a missão de trazer uma visão descomplicada sobre a tecnologia. Fui eleito no final de 2022 como LinkedIn Top Voice de Tecnologia & Inovação.
Durante minha carreira trabalhei em multinacionais no Brasil, países da América Latina, Espanha, Porto Rico, Emirados Árabes Unidos e Qatar. Em meu tempo livre, sou um grande entusiasta do ciclismo em seus diversos modos, incluindo o cicloturismo.
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