Chegou novembro, e o feriado de finados. Dia de lembrar daqueles que já estiverem conosco e se foram. O final do ano se aproxima e logo começa tudo outra vez…
Durante semanas a finco, minha rotina as quintas-feiras é de folga nas manhãs. Isso acontece graças ao LinkedIn que habilitou a funcionalidade de agendar artigos. Obrigado! Toda semana minha rotina de escrever artigos corre em paralelo com os posts: penso no tema, monto um plano mental para o artigo, estudo quando necessário, sento e escrevo.
Hoje me permiti fazer diferente… Deixar o compromisso comigo mesmo de lado e usar um pouco do tempo de descanso para escrever com calma um texto provocado por uma pergunta que recebi recentemente e dá título a esse texto.
O contexto
Semana passada recebi um convite de um grupo muito especial da Kyndryl: o TWA- Technical Women Advancement para compartilhar elas um pouco da minha carreira. Tivemos uma sessão muito prazerosa onde além de falar um pouco da minha jornada, seus erros e seus acertos, respondi algumas perguntas.
Foi aí que veio essa: “Quais profissionais te inspiraram durante a sua carreira?”
Confesso que o meu primeiro pensamento foi: “Não tenho essa resposta pronta!”. Então comecei a responder elaborando a minha resposta em duas partes:
Sou a soma da influência das pessoas que convivi, convivo e conviverei.
Me pareceu um tanto quanto injusto apontar algumas pessoas como referência na minha vida e carreira. Ao longo de todos esses anos, trabalhei com profissionais dos mais diversos perfis, culturas e países. Aprendi com eles lições, atitudes e uma variedade de conhecimentos bons e ruins.
Se os bons exemplos arrastam – e eu tive muitos deles, os maus também podem te influenciar. Certamente a pessoa e o profissional que sou hoje é a resultante dessa conta de somas e subtrações feita com os elementos que me deparei ao longo da minha vida.
Essa construção da pessoa na minha opinião segue até o fim da vida. Cada vez que mudei de função ou empresa fui presenteado com exemplos que me fizeram aprimorar ou construir alguma característica minha.
Também havíamos discutido nessa oportunidade com o grupo TWA os erros que cometemos em nossas carreiras. Todo mundo erra em algum momento. Eu aprendi a ter comportamentos ruins achando que estavam certos. Me deixei influenciar por pessoas que não estavam agindo da maneira correta. E errei em várias oportunidades. Cada vez mais acredito que refletir sobre esses problemas e buscar melhorar é o que nos faz evoluir como pessoas.
Mas alguém me influenciou mais do que as outras pessoas durante a minha vida, quem?
Também nessa conversa eu tinha compartilhado um pensamento equivocado que tive em um período da minha carreira: por vir de uma família de empreendedores, não tive dentro de casa uma referência do mundo corporativo para me ajudar.
Um grande equívoco da minha parte… A vida se encarregou de me mostrar que as minhas grandes referências sempre estiveram ao meu lado: meus pais!
É engraçado olhar hoje o contraste que tive em casa. Apesar deles nunca terem deixado de incentivar a minha jornada, a reação de ambos sempre foi muito diferente: enquanto minha mãe listava todos os riscos e perigos imagináveis e outros nem tanto, meu pai em poucas palavras dizia para eu seguir e contar com eles se precisasse de algo no caminho.
Mas não nem tudo vem dos limites… Com eles aprendi a buscar as vitórias e não abaixar a cabeça nas derrotas. Também me presentearam com valores que forjaram a minha personalidade. A integridade sempre foi um valor inegociável com eles e certamente por isso, a falta dela é uma das coisas que me incomoda bastante em algumas situações.
Por fim, hoje escrevendo esse texto e pensando com mais tempo, posso reparar a injustiça que cometi ao não mencionar outras pessoas além dos meus pais. Aproveito para prestar o meu tributo a dois brasileiros, que fizeram a diferença na profissão que escolhi: a engenharia de telecomunicações.
D. Pedro II, um homem visionário, trouxe para o país, o telégrafo, o telefone e toda a complexidade dos sistemas de cabos aéreos fixados em postes e submarinos. Isso aconteceu muito antes do que no resto do mundo e foram vantagens competitivas nossas naquele tempo.
Pe. Landell de Moura, dividindo suas atenções com o sacerdócio, inventou o rádio e fez a primeira transmissão sem fios de voz que se tem conhecimento no mundo em 1900.
Ambos tiveram sucessos e fracassos assim como nós e me inspiram o tempo todo. Se quiser saber mais, vou deixar aqui embaixo alguns artigos que escrevi sobre ambos:
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Por que o telégrafo foi nossa primeira arma de guerra tecnológica?
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Como o Brasil foi o segundo país do mundo a instalar telefones?
E você, quem te inspira? Me conte aqui nos comentários…
Sou Mauro Periquito, Engenheiro de Telecomunicações e Diretor Especialista de Prática na Kyndryl, onde desenvolvo e gerencio projetos de transformação digital para indústria, utilities, mineração, agronegócio e operadoras de telecomunicações. Em minha trajetória profissional tenho como propósito traduzir as necessidades dos clientes em soluções customizadas.
Também atuo em outras frentes como mentor, palestrante, conselheiro consultivo e escrevo diariamente no LinkedIn sobre gestão de pessoas, carreira, inovação e tecnologia, com a missão de trazer uma visão descomplicada sobre a tecnologia. Fui eleito no final de 2022 como LinkedIn Top Voice de Tecnologia & Inovação.
Durante minha carreira trabalhei em multinacionais no Brasil, países da América Latina, Espanha, Porto Rico, Emirados Árabes Unidos e Qatar. Em meu tempo livre, sou um grande entusiasta do ciclismo em seus diversos modos, incluindo o cicloturismo.
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