9 perguntas sobre o 5G: um guia prático de tecnologia

E chegou o final do ano! Época de agradecer, refletir e porque não de retrospectiva também? Depois de um ano muito ativo aqui no LinkedIn, porque não dar destaque ao assunto que mais escrevi por aqui: o 5G!

Então para você que tem interesse por tecnologia, veja aqui um questionário com as principais dúvidas sobre o 5G, uma retrospectiva dos artigos sobre o tema e uma curiosidade sobre a foto de capa no final.

1 – Porque o nome 5G?

Denomina-se 5G porque essa é a quinta geração da tecnologia de telefonia móvel.

As gerações anteriores foram:

  • 1G: lançamento da telefonia celular – somente chamadas;
  • 2G: introdução das mensagens de texto;
  • 3G: possibilidade de conexão com internet;
  • 4G: conectividade internet com alta velocidade.

Já o 5G pode ser denominado como a geração da hiperconectividade.

2 – E o que mudou então com o 5G? 

Mudaram diversos parâmetros referentes a performance da conexão nesse salto tecnológico. Pode-se dizer que conexões 5G terão maior velocidade, baixa latência (atraso na entrega dos pacotes de informação) e um aumento substancial na densidade de conexão de dispositivos simultâneos.  Para se ter uma ideia sobre densidade, o 4G permitia 10 mil conexões por quilômetro quadrado. Por isso que, em um show ou jogo de futebol, sempre tivemos dificuldades de conexão com a internet. Já no 5G, essa capacidade pode chegar a 1 milhão de dispositivos!

3 – Então é correto dizer que o 5G é mais rápido que o 4G?

Sim, podemos ter no 5G velocidades até 100 vezes superiores ao que temos hoje. Para se ter uma ideia, se hoje demoramos cerca de 2 minutos para carregar um clipe de música no Youtube, com o 5G podemos ter o mesmo vídeo pronto para assistir nos nossos celulares em somente 4 segundos! Se você quiser saber mais detalhes sobre o 5G, leia esse artigo: “Como esse tal de 5G funciona?

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4 – Quais serão os maiores impactos resultantes do leilão do 5G para a sociedade?

Nos dias 4 e 5/11, foram abertos os envelopes das 15 empresas que concorreram no leilão de frequências do 5G organizado pela ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicações. As empresas vencedoras tem uma série de obrigações a cumprir e os impactos mais relevantes para a sociedade serão, além do 5G que deve chegar pelo menos até as sedes todos os municípios do Brasil gradualmente até julho de 2029, cobrir 31 mil km de rodovias federais com tecnologia 4G e 5G, levar fibra óptica a 503 sedes municipais que hoje não contam com essa tecnologia e investir mais de R$ 3 bilhões em conectividade para escolas públicas. Veja mais detalhes no artigo: “Quando o 5G vai chegar na minha casa?

5 – Durante as discussões do leilão ouvimos falar de um deserto digital, o que significa esse termo?

Apesar da população do Brasil já ter ultrapassado o número de 212 milhões e o quantidade de linhas celulares os 250 milhões, ainda temos 40 milhões de brasileiros que em pleno século XXI ainda não tem nenhum tipo de acesso a um telefone celular e internet, e isso as coloca em um verdadeiro deserto digital. As obrigações de cobertura contidas nos contratos de concessão do 5G, contribuirão para acabar com essa falta de conectividade. Você sabia que apesar da situação atual, o Brasil protagonizou o pioneirismo das comunicações? Conheça essa história em: “Como o Brasil foi o segundo país do mundo a instalar telefones?

6 – Setores como agronegócio e indústria também irão se beneficiar com o 5G?

Sim, a grande diferença entre as redes celulares de gerações anteriores e o 5G é que ter uma rede privada dentro da sua fazenda ou indústria ficou mais fácil. Mostro algumas dessas aplicações no artigo: “8 aplicações práticas para o 5G” Com isso, temas como modernização dos processos fabris chamado de Indústria 4.0 e conectividade em tempo real ao campo com a Agricultura 4.0, podem gerar mais eficiência operacional e possibilitar a criação de novos modelos de negócio.

7 – Porque tivemos o leilão do 5G se o meu celular já tem cobertura 5G em algumas localidades?

Existem dois tipos de redes 5G: o Non Standalone (NSA) e o Standalone (SA). O NSA é derivado do 4G e apesar de entregar uma performance superior a essa tecnologia ainda é muito inferior ao 5G “puro”, o SA. O leilão obriga as operadoras a implantar redes 5G no padrão SA, com equipamentos novos e independentes dos existentes, entregando a nós usuários uma experiência completa com o 5G. Mais detalhes sobre essas tecnologias em “Porque tem 5G no meu celular se o leilão acabou de acontecer?

8 – A implantação do 5G requer alguma modificação na legislação?

Sim, no ano passado, o governo federal aprovou a Lei Geral das Antenas (13.116/15). Mas ainda cabe aos municípios regulamentar as questões urbanísticas e ambientais, via legislação municipal, para não atrasar a implantação. A maior questão é que, se estima que passaremos das atuais 110 mil estações rádio base (ERB) espalhadas por todo o país, para algo entre 800 mil e 1 milhão de torres. Isso acontece porque o 5G opera em frequências mais altas do que as atuais e isso diminui o alcance de cobertura de cada antena. Portanto, teremos mais antenas de pequeno porte pelas cidades, não só em torres, mas elas podem estar em postes de iluminação púbica e até no topo de prédios.

9 – Então o que cabe aos municípios fazerem?

Junto com a Lei Geral de Antenas federal, foi criada uma campanha de conscientização dos prefeitos para acelerarem a aprovação de leis municipais. Nessa ação foi distribuída aos 5570 municípios uma lei padrão para ser votada e aprovada ou servir de ponto de partida para uma discussão local. Vale destacar, que está previsto no edital do leilão do 5G que se um município não estiver com a legislação aprovada, outro que estiver pode passar na frente. Até novembro apenas 17 municípios tinham leis revisadas e aprovadas. Essa celeridade pode trazer o 5G para os municípios bem antes do esperado.

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Bônus: E esse telefone aí contigo na foto de capa? Bem esse e mais outro eram os telefones da casa da já mencionada Vó Marília Periquito até os anos 90. Quando eles deixaram de ter função, guardei-os comigo e hoje fazem parte da decoração de casa. A resina preta desses telefones se chama baquelite e foi o primeiro produto plástico que existiu.

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Você tem mais alguma dúvida ou curiosidade sobre telefonia, 5G e suas aplicações?

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Sou o Mauro Periquito, Engenheiro de Telecomunicações e Associate Partner na Kyndryl, onde desenvolvo e gerencio projetos de transformação digital para indústria, concessionárias de serviços públicos, agronegócio e provedores de telecomunicações. Em minha trajetória profissional, tenho como propósito traduzir as necessidades dos clientes em soluções customizadas. 

Também atuo em diversas frentes como mentor, palestrante, conselheiro consultivo e escrevo diariamente no LinkedIn sobre gestão de pessoas, carreira, inovação e tecnologia, com a missão de simplificar e disseminar o conhecimento técnico.

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