3 conselhos do mundo corporativo que eu não tive em casa.

Vinte anos atrás eu fiz a minha estréia no mundo corporativo como estagiário. Lembro-me daquela época com carinho pois foi a primeira mudança real que tive no meu estilo de vida. Até então era um estudante com a rotina casa – faculdade – diversão com os amigos onde o resultado das minhas ações refletiam muito pouco fora da minha vida.

Engraçado me recordar dos preparativos: morar em uma nova cidade, roupas novas, resolver as questões logísticas entre estágio e faculdade, entre outros. Mas o que me marcou mesmo naquela época foi uma resposta que ouvi do meu chefe no primeiro dia quando perguntei sobre como seria o meu trabalho e ele respondeu: “Primeiro você vai aprender a trabalhar.”

Aquela resposta me fez ver que por mais que eu achasse que estava preparado para encarar o desafio de trabalhar pela primeira vez, estava longe disso. Como venho de uma família de comerciantes, não tive alguns conselhos preciosos no início da minha carreira por falta de referência do mundo corporativo em casa.

1 – Etiqueta corporativa

Quando o meu chefe me disse que eu iria aprender a trabalhar no estágio eu tive dúvidas do que isso significava, se isso era relacionado as ferramentas de trabalho. Mas logo entendi que era o significado passava como se portar num ambiente de trabalho com hierarquias e protocolos distintos dos lugares que eu frequentava até então.

É até engraçado lembrar disso mas eu estranhava até quando fazíamos uma pausa para um café. Na minha cabeça, trabalhar era estar sentado no computador produzindo ininterruptamente. 🙂

2 – A amplitude da consequência das minhas ações

Se em casa ou na faculdade, qualquer erro que eu cometesse teria um alcance bem restrito, no ambiente de trabalho ao contrário. Minha primeira função era testar e consertar placas de centrais telefônicas sobressalentes que iriam substituir outras que estivessem com problema Brasil a fora. Mandar uma placa com problemas poderia deixar uma região ou cidade mais tempo sem serviço telefônico. Refletindo sobre esse impacto percebi que por mais que fosse o estagiário, meu trabalho influiria direto no resultado do que outras pessoas faziam,

3 – O ecossistema corporativo é muito dinâmico

Ao longo desses anos estive em inúmeras funções em empresas e países bem diferentes uns dos outros. A rotação dentro da tríade fabricante-fornecedor-cliente na área de tecnologia por exemplo te coloca em posições diferentes o tempo todo. Um dia você compra, outro vende. Ora é líder, ora liderado. Aprender que o que se faz hoje pode refletir lá na frente veio de situações boas e ruins que passei.

Mas se por um lado eu não aprendi em casa como me portar no ambiente corporativo, eu, você e todo mundo aprendemos uma série de valores com a nossa família que ditam quem somos dentro e fora do ambiente de trabalho. Portanto, além de ser uma reflexão cotidiana, esse texto é uma homenagem e agradecimento aos meus pais e as minhas meninas em casa por tudo que fizeram e continuam fazendo por mim. As vibrações de vocês me fazem ir cada vez mais longe me desafiando diariamente. Obrigado!

Sou Mauro Periquito, Engenheiro de Telecomunicações e Associate Partner na Kyndryl, onde desenvolvo e gerencio projetos de transformação digital para indústria, utilities, mineração, agronegócio e operadoras de telecomunicações. Em minha trajetória profissional tenho como propósito traduzir as necessidades dos clientes em soluções customizadas. 

Também atuo em outras frentes como mentor, palestrante, conselheiro consultivo e escrevo diariamente no LinkedIn sobre gestão de pessoas, carreira, inovação e tecnologia, com a missão de trazer uma visão descomplicada sobre a tecnologia.

Durante minha carreira trabalhei em multinacionais no Brasil, países da América Latina, Espanha, Porto Rico, Emirados Árabes Unidos e Qatar. Em meu tempo livre, sou um grande entusiasta do ciclismo em seus diversos modos incluindo o cicloturismo.

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