Por que monetizar sua TI?

No meu último artigo 5 dicas para otimizar seu orçamento de tecnologia, discutimos um pouco sobre como podemos buscar ganhos operacionais no orçamento de tecnologia das organizações. Missão que parece fazer parte do job description de um gestor de TI, porém em tempos desafiadores como os que estamos passando, se torna quase que um mecanismo de sobrevivência!

A repercussão do texto foi muito bacana. Além dos comentários e inbox, recebi alguns outros contatos interessantes. Algumas discussões giraram em torno de um tema mencionado no artigo e outro que me inspirou a escrever o artigo de hoje.

Consegui confirmar algo que percebo sempre que converso com clientes sobre atualização do seu parque tecnológico: o legado! Se na sabedoria popular diz-se em time que está ganhando não se mexe, em tecnologia, manter o que está funcionando aumenta o risco de um problema maior a cada dia.

Um desafio comum, seja na indústria ou empresas de serviços, é conseguir parar o sistema e o hardware em que rodam. Muitas vezes o legado persiste porque é muito difícil negociar as paradas de manutenção. Para não me alongar muito no tema, eu opino que quanto mais detalhes do risco mostrarmos para as áreas clientes, maior a chance de aprovação de uma parada e por consequência a almejada mudança.

Mas, caminhando rumo ao tema central do artigo, uma das provocações que recebi foi a seguinte pergunta: “Por que apenas otimizar o orçamento, se eu posso monetizar capacidade ociosa da minha infra e obter uma renda não programada?”

Uma pergunta certeira como essa não vem toda hora. Imagine você, quantas empresas ainda hoje, investiram em infraestrutura física, redes de comunicação e capacitação / contratação de pessoal para cuidar da sua área de Tecnologia e não usam plenamente essas capacidades? Algumas situações:

  • Datacenters parrudos, que se tornaram parcialmente ociosos, pois uma parte dos seus workloads migraram para SaaS ou nuvem?

Datacenter – Fonte: SMMA

  • Uma extensa rede de pontos de presença, conectada por uma rede de comunicação de alta disponibilidade, e tem tráfego – ainda longe de sua capacidade plena – apenas durante o horário comercial. O que fazer com essa rede as outras 16 horas do dia?

Rede IP – Fonte: Pinterest

  • Redes sem fio com uma capilaridade suficiente para ser interessante ser compartilhada por mais de uma organização?

Enfim, podemos listar diversos outros exemplos, mas o intuito aqui era apenas inspirar a reflexão, afinal de contas como em qualquer operação, buscar um P&L saudável gera efeitos positivos para a marca e valor para o acionista.

Pensou em mais alguma iniciativa de monetização de TI? Compartilhe aqui nos comentários e vamos discutir!

Sou Mauro Periquito, Engenheiro de Telecomunicações e Associate Partner na Kyndryl, onde desenvolvo e gerencio projetos de transformação digital para indústria, utilities, mineração, agronegócio e operadoras de telecomunicações. Em minha trajetória profissional tenho como propósito traduzir as necessidades dos clientes em soluções customizadas. 

Também atuo em outras frentes como mentor, palestrante, conselheiro consultivo e escrevo diariamente no LinkedIn sobre gestão de pessoas, carreira, inovação e tecnologia, com a missão de trazer uma visão descomplicada sobre a tecnologia. Fui eleito no final de 2022 como LinkedIn Top Voice de Tecnologia & Inovação. 

Durante minha carreira trabalhei em multinacionais no Brasil, países da América Latina, Espanha, Porto Rico, Emirados Árabes Unidos e Qatar. Em meu tempo livre, sou um grande entusiasta do ciclismo em seus diversos modos, incluindo o cicloturismo.

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